Pandemia fez aumentar o número de campanhas em prol da sociedade; saiba alguns erros que podem transformar esse tipo de ação em um pesadelo para empresas

Durante o período de surto da Covid-19, muitas empresas estão colocando em prática ações para ajudar quem está sendo mais afetado. Além da boa intenção em transformar o mundo em algo melhor, fazer parte de causas sociais também ajuda a manter a fidelização dos clientes e conquistar novos espaços de negócio. Porém, caso realizada de maneira inadequada, uma campanha solidária pode acabar se tornando um péssimo gatilho para o público e afastar ainda mais os clientes.

Aline Oneda, publicitária e especialista em encantamento do cliente, comenta que muitas empresas recorrem ao “Marketing Social” – nome utilizado para campanhas solidárias realizadas por empresas que desejam fortalecer a imagem perante a sociedade – como um trunfo para chamar atenção de clientes. Afinal, de acordo com uma pesquisa realizada pela USP de São Carlos, em parceria com o Instituto Capitalismo Consciente, empresas que investem no bem-estar social geram maior engajamento entre os clientes, além de dobrar a rentabilidade do negócio.

Porém, Aline esclarece que alguns erros podem colocar em risco toda essa estratégia. Segundo a especialista, o primeiro deles é o ato de realizar tais campanhas visando apenas o lucro e esquecer do real significado da tarefa. “Muitas empresas utilizam esse tipo de ação apenas para se autopromover. Mas o cliente pode ser muito minucioso e, principalmente com diversos movimentos sociais e pessoas fiscalizando na internet, é fácil identificar esse tipo de conteúdo. Quando isso acontece, rapidamente as pessoas começam a criticar tal empresa fazendo com que o efeito seja totalmente o contrário”, afirma.

Além disso, como qualquer outro tipo de ação, as campanhas solidárias precisam ser bem planejadas antes de se colocar em prática. “Principalmente agora que estamos passando por um momento delicado na economia, é necessário checar exatamente o custo que esse tipo campanha terá, o público-alvo, as estratégias para conseguir as doações que precisa, dentre outros aspectos já conhecidos no marketing. Afinal, se não for possível arcar com todos os custos, o próprio negócio pode acabar se prejudicando, além de prejudicar quem ajudou e quem realmente precisa da ajuda”, diz.

A especialista ainda acrescenta que o mais importante é a verdade nessas ações. “São causas que tem ligação com o seu negócio, seu propósito, causas que também são importantes para o seu cliente. Assim, vale a identificação. Não é apenas uma questão de oportunidade, é uma questão de valor, de ser algo que realmente acredita. Ações constantes e não de curto prazo também fazem o diferencial”, conclui.

Fonte: Aline Oneda, publicitária, especialista em marketing e encantamento do cliente.


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